O Poder das Imagens Mentais

Nossa mente tem a habilidade da imaginação, que pode abranger tanto devaneios e fantasias, quanto imagens mais profundas, que podem surgir em sonhos ou em experiências mentais específicas.

Para entendermos sobre o poder das imagens é importante saber um pouco mais sobre a mente. Quando estamos acordados, é a nossa consciência que está regendo com seus processos de aprendizagem, memória, raciocínio, percepção e sensação. Mas há muitas coisas que vivemos, experimentamos ao longe de nossa vida, que ficam guardadas em outro nível de nossa mente, chamado de subconsciente. Nesse outro nível, podemos também encontrar potencialidades que se manifestam quando tem as causas e condições em nível consciente de serem desenvolvidas por nós. Então, por trás de nossa atuação no mundo há toda uma influência interna que não percebemos, e que pode trazer, por causa de nossa ignorância em relação a nós mesmos, problemas de ordem emocional, mental, físico e social.

Esses dois níveis de nossa mente tem suas formas específicas de comunicação: em nível consciente, nos expressamos por meio das palavras; em nível subconsciente, a informação é processada por meio das imagens e símbolos. Esses dois níveis estão interligados, assim como nosso corpo e mente. 

Quando trabalhamos com as imagens, abrimos uma porta para o inconsciente se comunicar e se expressar. Por meio da imaginação podemos fazer conexões e analogias, que não faríamos de forma racional, encadeando um processo de transformação interior. As imagens sabem expressar cada emoção, padrão e crença que carregamos, dando acesso a níveis de nosso ser. 

Outro ponto essencial para entendermos por que o trabalho com as imagens funciona, é o fato de que nosso cérebro não sabe a diferença do que ele vê em seu ambiente externo e o que se lembra. Em um trecho do filme “Quem somos nós?”, um dos cientistas menciona que se conectarmos o cérebro de uma pessoa a um tomógrafo ou tecnologia computadorizada, e pedirmos que ela olhe para um objeto a sua frente, certas áreas do cérebro se iluminam. Depois se pedirmos que ela feche os olhos e imagine o mesmo objeto, as mesmas áreas do cérebro se iluminam, como se ela estivesse olhando para o objeto. A mesma rede neuronal específica é ativada em ambos os casos. Isso é uma boa explicação e fundamento para o poder da imaginação, não é mesmo? Se imaginarmos um lugar relaxante, por exemplo, para o cérebro isso será uma realidade. É claro que há um “eu” aí que vai discriminar e dizer “É só uma imaginação!”, mas se sabemos que o cérebro não está diferenciando, então por que não usarmos isso de uma maneira benéfica e direcionada para o nosso desenvolvimento pessoal? Para mim que trabalho com imaginação ativa, saber disso é fantástico! Mas muito estudiosos do passado, como Carl Jung, se basearam apenas na experimentação e observação para constatarem os efeitos do uso da imaginação de forma terapêutica. 

Há vários tipos de trabalhos com imagens, muitos deles usados como técnicas em processos de psicoterapia, podendo criar experiências internas significativas e resolutivas, bem como experiências com estados alterados de consciência.

Com carinho,
Ju Macedo

Imagem do site dreamstime.com