Quem somos nós? - Parte 1

Comentando e cintando o filme - por Juliene Macedo

“No começo era o nada, fervilhando de infinitas possibilidades das quais você é uma delas...” 

Você já se perguntou quem é você? De onde vem? Para onde vai? 

A ciência tem se preocupado em buscar respostas para tais questões. Várias descobertas surpreendentes tem sido feitas, e muitas delas ainda desconhecidas para a população em geral. O Filme “Quem somos nós” mostra de uma maneira muito legal essas pesquisas, intercalando as falas dos cientistas com a vida de uma pessoa. 



A pergunta primordial é “O que é a realidade?” Tal pergunta se refere a como o mundo nos parece, e se há alguma diferença no modo como ele nos parece e no modo como ele é. Os estudos da física quântica tem mostrado que vivemos num infinito mar de possibilidades, potenciais, mas terminamos recriamos a mesmas realidades, porque elas são reflexos de nossa mente. Apesar de nossos condicionamentos, esse novo modelo de ciência tem mostrado que o que está dentro de nós, cria o que está fora de nós. Interessante e revolucionário, não é?

“Experimentos científicos demonstram que, se você pega uma pessoa e conecta o seu cérebro a um determinado tomógrafo ou tecnologia computadorizada, e pedir para que ela olhe para um certo objeto, determinadas áreas do cérebro se iluminam. Então, se você pedir que ela feche os olhos e imagine aquele mesmo objeto, isso faz com que as mesmas áreas do cérebro iluminem-se como se ela estivesse olhando visualmente para o objeto. Sendo, assim, os cientistas pararam e perguntaram: “Então, quem vê? O cérebro vê? Ou são os olhos que vêem. E o que é a realidade? Realidade é o que estamos vendo com o nosso cérebro? Ou realidade é que o que estamos vendo com os nossos olhos?”. E a verdade é que o cérebro não sabe a diferença entre o que vê em seu ambiente e aquilo que se lembra, porque naquele momento as mesmas redes neurais específicas são estimuladas. Então isso trás a questão: O que é a realidade?” 

E trás outra questão: qual realmente o poder de nossos pensamentos e emoções? A forma como lidamos com a realidade tem haver muito com os nossos pensamentos e crenças, não é? Duas pessoas presentes numa mesma situação de estresse podem ter atitudes bem diferentes, como também vão narrar o acontecido de maneira diferente, cada uma contamina com sua percepção subjetiva. Quantas vezes damos tanta veracidade a uma coisa, não nos permitindo ver e ampliar o horizonte para novas maneiras de lidar conosco mesmos, como os outros e com a realidade que estamos criando e co-criando o tempo inteiro? Não aprendemos a como lidar conosco mesmos, com a nossa mente. Não é algo que é ensinado na escola.

Algo surpreendente a respeito de nosso cérebro é que ele tem a capacidade de processar 400 bilhões de bits de informação por segundo, mas nós só temos consciência de 2 mil deles. Então podemos dizer que a realidade está acontecendo no cérebro o tempo todo, só não está sendo integrada por nós, não temos consciência. Por isso, só vemos o que acreditamos ser possível.


Há uma história sobre a descoberta da América do Norte por Colombo: “Quando a frota de Colombo desembarcou no Caribe nenhum dos nativos foi capaz de ver os navios embora eles estivessem no horizonte. A razão pela qual eles não virão os nativos foi por que não tinham nenhum conhecimento em seu cérebro. Então, o Xamã começou a perceber que havia ondulações lá no oceano, mas ele não via nenhum navio. Porém começou a pensar o que estava causando o efeito. Então, todos os dias ele ia e olhava, olhava, e olhava. E, após um período de tempo, conseguiu ver os navios. E, uma vez que ele viu os navios, ele disse para todos os outros que existiam navios ao longe. E porque confiam e acreditam nele, todos os índios puderam vem também.”



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O filme "Quem somos nós?" é um documentário que intercala a história de uma pessoa com as falas de vários cientistas e estudiosos da física quântica, medicina, neurociência. Foi muito bem montado, com vários efeitos e de uma forma que prende a atenção.

Gosto muito das descobertas da física quântica, então resolvi resumir, comentar e citar alguns trechos do filme. Esta costura será apresentada em partes.

Recomendo o filme para quem não viu. Se você já viu, veja repetidamente. Nosso cérebro precisa da repetição para algo se tornar familiar.