“O cérebro, quando dispara seus
pensamentos, é comparado a paissagem de uma nuvem negra de tempestade. E a
fenda sináptica é o céus entre a tempestade e a terra, o local receptor. Você
vê essa nuvem negra de presságio em ebulição no céu. E vê impulsos elétricos
movendo-se através de filões de luz elétrica. E depois os vê atingindo o solo.
O cérebro parece uma tempestade de raios quando está apresentando um pensamento
coerente. Ninguém jamais viu um pensamento. O que eles vêem, na
neurofisiologia, é uma violenta tempestade cercando diferentes quadrantes do
cérebro. Aquelas são áreas que são mapeadas no corpo e uma tempestade deve
estar respondendo a uma imagem holográfica. Raiva. Assassinato. Rancor. Compaixão.
Amor.”
Parece até um trecho de um filme
de ficção, não é? É impressionante o funcionamento de nosso corpo! Você sabia
que o cérebro não sabe a diferença do que ele vê em seu ambiente e se lembra? Um dos cientista do documentário relata um estudo interessante: foi conectado eletrodos na cabeça de uma pessoa e pedido que ela observasse um objeto a sua frente, depois pediram para que ela fechasse os olhos e imaginasse o mesmo objeto. Observaram que a mesma rede neuronal
específica é ativada em ambos os casos. Acho que isto é uma boa explicação para o poder da
visualização ou imaginação, vocês não acham? Se estou de olhos fechados e me
imagino num lugar relaxante, por exemplo, para o cérebro isso será uma
realidade. É claro que há um “eu” aí que vai discriminar e dizer “É só uma
imaginação!”, mas se você sabe que o seu cérebro não está diferenciando, então
porque não usar isso de uma maneira benéfica e direcionada para o seu
desenvolvimento pessoal? Para mim que trabalho com imaginação ativa com meus
clientes, saber disso é fantástico! Mas muito estudiosos do passado, como Carl Jung, se basearam apenas na experimentação e observação para constatarem os efeitos do uso da imaginação de forma terapêutica.
Como vocês sabem, o cérebro é
formado por células nervosas minúsculas chamadas neurônios. “Esses neurônios
tem minúsculas ramificações que se estendem e se unem a outros neurônios para
formar uma rede neurônica”. O que não é
muito sabido pelas pessoas é que cada local está associado a um pensamento,
lembrança, ideia ou sentimento, todos interconectados em redes neurais; e que por meio dessa relação neuronal é que vamos
construindo conceitos e modelos de como vemos o mundo. Por exemplo, “algumas
pessoas tem o amor ligado a desilusão. Quando pensam em amor, vivenciam a
lembrança da dor, do arrependimento, da ira, a até mesmo da raiva. A raiva pode
está ligada a dor que pode está ligada a uma pessoa específica que, então fica
associada ao amor”. Por meio de nossa experiência vamos refinando esses
modelos internos, ao mesmo tempo que eles vão determinando como vemos o mundo. Toda informação
que assimilamos do ambiente, então, vem acompanhada das cores das experiências que
tivemos e da reação emocional associada.
“Fisiologicamente, sabemos que as
células nervosas que são ativadas juntas, ficam entrelaçadas. Se você pratica
alguma coisa repetidamente, as conexões neuronais ligadas a isso se fortalecem.
Se você fica frustrado diariamente, se
sofre diariamente, se dá razão a vitimização em sua vida, você está reativando
(re-ligando) e re-integrando a rede neurônica diariamente; e aquela rede tem
uma relação de longo prazo com todas aquelas outras células nervosas chamadas
de identidade. Também sabemos que as células nervosas que não são mais ativadas
juntas não ficam entrelaçadas. Elas perdem seu relacionamento de longo prazo.
Porque toda vez que interrompemos o processo de pensamento que produz uma
reação química no corpo, aquelas células nervosas que estavam interconectadas
entre si começam a romper a relação de longo prazo. Quando começamos a
interromper e observar, não por estímulo e resposta, aquela reação automática,
mas observando os efeitos que assume, não somos mais a pessoa emocional consciente
do corpo e da mente que está reagindo ao seu ambiente de forma automática.”
Fantástico, não é? Por isso a
reeducação mental é tão importante: mudar a forma como pensamos, como reagimos
emocionalmente as situações de nossa vida. Mas isso só é possível se aprendemos
a observar a nós mesmos. Se não, o automatismo toma conta, e vamos vivendo como
fantoches sendo controlados pelas nossas emoções. Os danos podem ser
diversos!!! Infelizmente, boa parte das pessoas só pensam numa mudança quando
se encontram numa situação muito difícil de sofrimento, onde se deparam com a
necessidade de transformação. Mudar exige ver o que foi construído, criado por
nós de acordo com nossos modelos internos, assumir a responsabilidade dessa criação e saber que
temos o poder de mudar. isso é uma qualidade e potencialidade humana!!!